A importância do designer e o mercado de trabalho na visão de Roger Pelizzoni
Durante sua passagem por Videira, quando ministrou palestra para acadêmicos do curso de Design da Unoesc, Roger Pelizzoni, que possui sólida experiência nas áreas de Marketing, Comunicação, Publicidade e Design reiterou a importância do profissional e o mercado de trabalho que os futuros designers terão a sua espera. Discorrendo sobre Design e Inovação, o que […]
Publicado em 18/11/2016
Por Unoesc
Durante sua passagem por Videira, quando ministrou palestra para acadêmicos do curso de Design da Unoesc, Roger Pelizzoni, que possui sólida experiência nas áreas de Marketing, Comunicação, Publicidade e Design reiterou a importância do profissional e o mercado de trabalho que os futuros designers terão a sua espera.
Discorrendo sobre Design e Inovação, o que para ele, são duas expressões do nosso cotidiano que têm aparecido cada vez mais, especialmente em conjunto, o palestrante ressaltou:
— Já é relativamente conhecida a ideia dedesign como uma atividade profissional que confere uma “melhor forma” a produtos e peças gráficas projetadas. Esta não é uma percepção equivocada, de modo algum. Mas é superficial! Ou, no mínimo, ultrapassada—, explicou.
Ele afirma que a ideiado designer deixar algo “mais belo” ou “mais confortável” é uma visão estritamente industrial, de um período em que cabia ao profissional amenizar aquilo que os engenheiros não conseguiam – ou não queriam – resolver. Com a força tecnológica que temos hoje, com o refinamento dos processos produtivos e das relações de consumo, a função do designer se ampliou consideravelmente, e o design assume a responsabilidade de pensar o produto desde a sua concepção e não apenas no final do processo, “maquiando” um produto para ser melhor consumido.
Cabe ao design, hoje e ainda mais, no futuro próximo, ampliar a funcionalidade dos produtos, indo além das expectativas iniciais, a fim de surpreender o usuário-consumidor, buscando por meio da melhor forma possível, não só esteticamente como também ergonomicamente, tornar este produto o mais agradável para quem o usar. Como, também, levando em conta que faz parte do modo como nós, seres humanos, compreendemos o mundo, encontrar significações em tudo aquilo que está a nossa volta.
— Não apenas a tecnologia tem sido o combustível dessa corrida como, especialmente, há um desejo enorme por parte das pessoas em viver em um mundo diferente. O modelo industrial, de produção em massa, de consumo excessivo, de imposição de ideias e verdades, já não faz sentido para as pessoas. O mundo espera novas funções, novas formas e novos significados para a realidade. O pensamento de design é o que tem mais a ver com esta demanda—, afirma Pelizzoni.
Com relaçãoàs preparação dos futuros profissionais do Design, Roger Pelizzoni diz que o modelo tradicional de formação de profissionais para exercer atividades na indústria e nos serviços de apoio já não faz mais sentido. Simplesmente porque estas indústrias e serviços deixarão de existir, muito em breve. Então, o grande desafio das instituições de ensino, hoje, é ensinar a pensar.
— Há vários anos eu venho prestando consultoria para universidades e escolas, além de ser também professor, e percebo a grande dificuldade que tem sido buscar inovação no ambiente educacional quando as próprias políticas públicas restringem tanto a autonomia das IES. Mas, tenho visto também alguns bons casos de sucesso de cursos que procuram compreender o problema de maneira mais ampla, construindo propostas que dão um novo sentido para a formação profissional e colocam os acadêmicos como agentes de mudança da sociedade em que vivem. O nosso compromisso como educadores deve ser o de ajudar e orientar os alunos nesse caminho. Especialmente em um curso de Design, que tem como propósito buscar soluções inovadoras para os problemas, a responsabilidade torna-se uma obrigação— concluiu.