Bagaço de uva é transformado em óleo para uso cosmético e nutricional
Os cursos de Biotecnologia Industrial, Engenharia de Alimentos e Engenharia Química da Unoesc Videira estão desenvolvendo projeto de estudo para implantação de unidade piloto de recuperação de subprodutos da industrialização de vinhos. A pesquisa esta sendo desenvolvida em parceria com a Epagri e conta com recursos na ordem de R$ 20 mil, do Fundo de […]
Publicado em 20/04/2017
Por Unoesc
Os cursos de Biotecnologia Industrial, Engenharia de Alimentos e Engenharia Química da Unoesc Videira estão desenvolvendo projeto de estudo para implantação de unidade piloto de recuperação de subprodutos da industrialização de vinhos. A pesquisa esta sendo desenvolvida em parceria com a Epagri e conta com recursos na ordem de R$ 20 mil, do Fundo de Apoio à Pesquisa (Fape).
O projeto, que utiliza como matéria- prima o bagaço da uva, pretende viabilizar a produção de óleo de semente de uva para utilização em cosméticos.
— As pesquisas iniciadas em 2015 não têm prazo para terminar. Temos ainda um longo caminho pela frente — garante a coordenadora do projeto Maria Rita Chaves Nogueira.
A professora explica que a ideia da pesquisa surgiu dos próprios produtores que têm no bagaço de uva, seu principal resíduo, um grande problema ambiental.
— A semente possui em seu interior, um óleo rico em tocoferol (Vitamina E), cuja ação é antioxidante. Além disso, as propriedades nutricionais são similares e algumas vezes superiores aos óleos comestíveis, podendo ser usadas também para fins nutricionais — conta.
Resíduo transformado em receita
Maria Rita Chaves Nogueira afirma que o setor de processamento de uvas, particularmente no que tange à qualidade e quantidade de resíduos decorrentes dessa atividade, é um segmento desafiador para pesquisa e inovação tecnológica na busca da sustentabilidade. Para tanto, a implantação de uma unidade piloto de recuperação de resíduos em uma indústria de sucos localizada em uma propriedade rural, reforça o conceito de que o lugar da inovação é a empresa. As condições de contorno que permitem a inovação constituem o local do diálogo entre os atores interessados. A este respeito, a relação é sinérgica, onde a empresa acessa o conhecimento científico e partilha os riscos durante a implantação, enquanto que as instituições de pesquisa e extensão tiram vantagem da expansão da compreensão do processo de produção, transferência e aplicação de tecnologia.
— Com base nos resultados que serão obtidos por este projeto, espera-se que sejam estabelecidos e implementados sistemas inovadores de produção de óleo de semente de uva, bem como protocolos inovadores de elaboração de formulações cosmecêuticas, de altíssimo valor agregado — avalia.
Pesquisa gera desenvolvimento socioeconômico
A avaliação científica através das técnicas analíticas relativas à identificação das características da matéria-prima e de dados operacionais da unidade piloto fornecerão informações para o estabelecimento de ferramentas para os estudos de viabilidade e informações para determinar se a matéria-prima é adequada para utilização. Tais ferramentas facilitarão significativamente a preparação de estudos de viabilidade técnica e econômica para os produtores das regiões alvo no fornecimento de matéria-prima, bem como para o seu processamento.
— Transformar a pesquisa em desenvolvimento econômico, por meio das diversas formas de transferência de tecnologia, auxiliando no processo de modernização das pequenas e médias empresas, colabora para a formação de um profissional mais comprometido com a sociedade, trabalhando em prol da comunidade — finaliza Maria Rita.