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Graduação Inserção Social Videira

Curso de Psicologia realiza 2ª Noite do Pensamento Líquido

O curso de Psicologia da Unoesc Videira promoveu na quarta-feira, dia 24, a 2ª Noite do Pensamento Líquido — O Poder negro da cultura afro-brasileira. Organizado pelos acadêmicos da 6ª fase, contou com os painelistas Ana Lídia de Almeida – Pedagoga; João Batista Fernandes da Rocha – Professor de música e maestro e Nilson Feliciano de Araújo – Diretor da Vara do Trabalho […]


O curso de Psicologia da Unoesc Videira promoveu na quarta-feira, dia 24, a 2ª Noite do Pensamento Líquido — O Poder negro da cultura afro-brasileira.

Organizado pelos acadêmicos da 6ª fase, contou com os painelistas Ana Lídia de Almeida – Pedagoga; João Batista Fernandes da Rocha – Professor de música e maestro e Nilson Feliciano de Araújo – Diretor da Vara do Trabalho de Videira e Professor do curso de Direito.

A abertura contou com a apresentação de Capoeira, do Professor Dimola e seus alunos. O evento abriu espaços para um amplo debate a respeito do racismo, as diferenças sociais, segregação racial e tantos outros problemas que afetam a sociedade e dividem os povos.

Relato dos Painelistas

A professora Ana Lidia, natural do Rio de Janeiro, conta que veio para Santa Catarina em 1994, quando se percebeu diferente de outras pessoas, passando por situações de discriminação.

— Desde que cheguei ao Estado percebi a predominância de pessoas brancas. No entanto, com o tempo fui aprendendo a erguer a cabeça. Notei ser importante me aceitar primeiramente para que os outros viessem a me respeitar. Foi difícil, mas conseguiu vencer as adversidades e vejo esses momentos de discussões e debates como uma experiência muito positiva, além de ser um aprendizado para todos.

Já, o músico João Batista começou na música há 35 anos, quando tinha apenas 12 anos de idade. Também enfrentou problemas, mas após aprender seus primeiros instrumentos, na igreja que frequentava, quando um professor veio ensinar música, viu-se mais seguro e respeitado. Começou do zero e no inicio pensava que não conseguiria aprender. Com a indicação de um maestro que precisava de um auxiliar começou a trabalhar com a música.

— Hoje, a música representa muitas coisas positivas para mim. Ela é capaz de fazer muito pelas pessoas. Pode ajudar nos problemas, na comunicação, na sociabilidade e na união das pessoas, independentemente de religião ou de raça— comentou.

O professor Nilson Feliciano Araújo, que também participou do encontro como painelista, narrou que há 14 anos é professor do curso de Direito da Unoesc Videira. Primeiramente agradeceu a oportunidade pela participação e contou se identificar com vários pontos das histórias contadas pelos colegas.

— As coisas não são fáceis para ninguém, mas muitas vezes, a cor de pele pode piorar— ressaltou.

Ele conta que começou a faculdade de Administração em 1982. Na época não havia nenhum outro estudante negro na sua turma. Diz se sentir privilegiado por ter entrado na faculdade, e que foi a partir disto que as coisas boas começaram a acontecer.

Além de professor, enfatizou que trabalha na Vara do Trabalho da Comarca de Videira há 30 anos, após passar em um concurso público para o Tribunal do Trabalho, concurso que até hoje é muito concorrido.

Em SC, o número de negros é menor que nos outros estados, o que pode ser um fator preponderante na questão da discriminação. Diz se sentir solitário, muitas vezes, nos lugares, pois como foi o único negro da turma de Administração, a mesma coisa aconteceu com o curso de Direito, ou mesmo no seu trabalho. No entanto, diz que estas situações sempre serviram como motivadores, pois sabia que precisava ser mais forte para conquistar seu espaço.

A noite do Pensamento Líquido foi realizada no Salão Nobre do campus e teve como mediadora a acadêmica da 6ª fase do curso, Natália Bettu Rech.

Sobre a cultura afro-brasileira

A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos da África, durante o longo período em que durou o tráfico negreiro transatlântico. A heterogeneidade cultural refletiu-se na diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias e países diversos, que falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. Os africanos trazidos ao Brasil instalaram-se por todo o país e, hoje, a raça negra compõe grande parte da população do Brasil.

A manifestação cultural africana, dentre tantos aspectos, ganha significado especial na culinária e na arte. Alguns pratos típicos baianos como a moqueca e o vatapá são provenientes da cultura afro-brasileira, assim como a feijoada, prato este, que foi aperfeiçoado pelos escravos negros.

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