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Curso de Publicidade e Propaganda recebe o cineasta Camilo Cavalcante

A Unoesc Joaçaba exibiu, na noite desta quinta-feira (28), o filme A história da eternidade, de Camilo Cavalcante. Essa foi a primeira vez que o diretor discutiu a sua obra com um público acadêmico. O evento também apresentou dois curtas-metragens produzidos por estudantes da universidade: O cara e o coroa e Colares de Sangue.  O […]


A Unoesc Joaçaba exibiu, na noite desta quinta-feira (28), o filme A história da eternidade, de Camilo Cavalcante. Essa foi a primeira vez que o diretor discutiu a sua obra com um público acadêmico. O evento também apresentou dois curtas-metragens produzidos por estudantes da universidade: O cara e o coroa e Colares de Sangue.

 O filme de Camilo Cavalcante conta a história de três mulheres, em distintas fases da vida.  O sertão nordestino foi o cenário escolhido para retratar o amor e o sonho, em meio a solidão e a opressão masculina.

Alfonsina, prestes a completar 15 anos, mora com um pai opressor, e é a caçula de uma família de cinco irmãos. Ela vive para cuidar de casa e ao mesmo tempo tem um grande sonho: conhecer o mar, uma realidade muito distante no sertão. Além disso, ela nutre uma paixão muito forte pelo tio, que é um artista incompreendido pela sua comunidade.

— O mar nesse filme entra de forma muito emblemática, representa a pátria dos sonhadores e está relacionado à frase de Antônio Conselheiro, “o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”, uma profecia que ecoa por todo o deserto nordestino — comentou o cineasta.

Querência, que vive uma profunda solidão, após perder o filho e o marido ir embora de casa, passa a receber declarações de amor de um sanfoneiro cego, que promete ficar na frente da casa dela, tocando a sanfona, até o dia em que ela abrir a porta para ele.

Das Dores é a líder religiosa da comunidade. Uma viúva com mais de 70 anos que vive sozinha, depois que as filhas foram embora para São Paulo. Mas é surpreendida pelo retorno do neto, um jovem homem que traz consigo alguns segredos.

O diretor conta que fazer chover no sertão foi o maior desafio técnico. As gravações ocorreram em um pequeno vilarejo no sertão de Pernambuco, por isso uma equipe técnica de São Paulo foi até o local, exclusivamente para simular a chuva. Apesar de todo o trabalho, essa é uma das cenas que mais emociona o público.

— A proposta desse filme é provocar reflexão, provocar sentimentos honestos no espectador e trazer a emoção de volta para o cinema — afirmou.

O longa-metragem demorou muito para ser realizado, cerca de 12 anos, entre escrever o roteiro e captar recursos para efetivamente filmar. O cineasta relata que se inscreveu em vários em editais, mas não conseguia a aprovação. Até que, em 2010, ele ganhou o edital do Ministério da Cultura para a realização de filmes de baixo orçamento, além do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura PE).

— Foi uma luta muito grande para conseguir filmar, mas consegui reunir uma equipe maravilhosa e atores talentosíssimos que se entregaram de corpo e alma — destacou.

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