Egresso desenvolve pesquisa sobre efeitos da bocha no desenvolvimento de alunos de escola pública
Os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental da Escola Juscelino Kubitschek de Oliveira aprenderam a jogar, este ano, uma modalidade bem popular na região Extremo-oeste, mas pouco divulgada no ambiente escolar. A bocha foi apresentada aos alunos pelo egresso do Curso de Educação Física da Unoesc São Miguel do Oeste, Jocemar Klein, durante a […]
Publicado em 07/08/2014
Por Unoesc
Os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental da Escola Juscelino Kubitschek de Oliveira aprenderam a jogar, este ano, uma modalidade bem popular na região Extremo-oeste, mas pouco divulgada no ambiente escolar. A bocha foi apresentada aos alunos pelo egresso do Curso de Educação Física da Unoesc São Miguel do Oeste, Jocemar Klein, durante a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): Efeitos de uma Proposta Pedagógica baseada na Modalidade de Bocha sobre Motricidade Fina, Global, Equilíbrio e Organização Espacial de Escolares do 3º ano do Ensino Fundamental.
A exemplo do pai e do avô, Jocemar sempre jogou bocha e decidiu fazer o seu TCC sobre o assunto para resgatar a tradição deste jogo. O egresso observou que, atualmente, poucos jovens optam por jogar bocha. A partir disso, resolveu elaborar a pesquisa para mostrar aos estudantes que a modalidade também pode ser jogada por pessoas mais jovens e não apenas por adultos ou idosos.
Jocemar explica que a bocha não está tão presente na escola, como o futebol ou o voleibol, devido à cultura da região Extremo-oeste catarinense.
— A bocha é característica da cultura gaúcha e italiana. No Rio Grande do Sul, várias escolas têm esta modalidade, inclusive com espaço específico — avalia.
O diretor da Escola Juscelino Kubitschek, Roberto Guilherme Christmann, conta que a escola ficou surpresa quando foi procurada por Jocemar para participar da pesquisa, já que existem poucos estudos como este em todo o Estado de Santa Catarina.
— A iniciativa teve uma boa aceitação dos alunos e trabalhou valências físicas das crianças — destaca o diretor.
Foi na escola, durante o desenvolvimento da pesquisa, que muitos dos alunos jogaram bocha pela primeira vez. A grande maioria apenas tinha observado os pais ou avôs jogarem. O estudante Eduardo Fachi, de 9 anos de idade, conta que a modalidade é atrativa por ter características bem peculiares das demais e que pretende praticá-la novamente num futuro bem próximo.
Como foi elaborada a pesquisa
Antes de elaborar o plano de 12 aulas, Jocemar aplicou um pré-teste com os alunos, com o objetivo de avaliar o equilíbrio, a organização espacial de tempo e espaço, a coordenação motora fina e grossa de cada um deles. Cada aula teve o objetivo de melhorar um destes aspectos.
Jocemar explica que as primeiras aulas dos estudantes foram realizadas com materiais adaptados. As bolas de tênis foram utilizadas no lugar das bochas, e a bolinha alvo foi substituída pela bola de tênis de mesa. O objetivo era adaptar o jogo do mais fácil para o mais difícil, até chegar ao material convencional.
No final das 12 aulas, o teste foi reaplicado para ver se a modalidade contribuiu para melhorar o equilíbrio, a organização espacial e a coordenação motora. A orientadora do TCC, professora Sandra Fachineto, destaca que duas crianças que apresentavam déficit motor, ou seja, tinham idade motora inferior a idade cronológica, apresentaram resultados positivos.
— As duas crianças se equipararam na questão motora e apresentaram melhoras, principalmente, na organização espacial e na motricidade ampla — detalha a professora.
Além de trabalhar todas essas variáveis, a bocha também contribui para o aumento da concentração e o social das crianças, já que envolve o companheirismo no jogo de duplas.
— A pesquisa do Jocemar foi pioneira dentro do Curso de Educação Física. Cabe, neste momento, o interesse dos professores da escola em trabalhar a modalidade com os alunos — finaliza a professora Sandra Fachineto.