Página inicial O que acontece Encontro enfatiza a cultura oestina e o consumo consciente
Graduação Cultura Joaçaba

Encontro enfatiza a cultura oestina e o consumo consciente

Ao avistar um grupo de pessoas, a cena parece curiosa: dezenas de jovens, com idade por volta dos 20 anos, sentados em círculo para ouvir histórias engraçadas contadas por um senhor de 73 anos. Esse foi um dos momentos do “Coisa de Oestino! Encontro da cultura e do consumo sustentável”, realizado na noite de terça-feira na […]


Ao avistar um grupo de pessoas, a cena parece curiosa: dezenas de jovens, com idade por volta dos 20 anos, sentados em círculo para ouvir histórias engraçadas contadas por um senhor de 73 anos. Esse foi um dos momentos do “Coisa de Oestino! Encontro da cultura e do consumo sustentável”, realizado na noite de terça-feira na Unoesc Joaçaba.

Os jovens eram estudantes de Administração, Ciências Contábeis e Comunicação Social Publicidade e Propaganda. O senhor que atraia o interesse desses jovens era o metalúrgico aposentado Carlos Adão Tratsk, que nasceu e sempre viveu em Herval d’Oeste, município vizinho a Joaçaba. Ele contava histórias sobre como foi criado e era usado o “hervalês”, um conjunto de expressões ou gírias criadas por Carlos e um grupo de amigos há cerca de 60 anos, com o objetivo de manter uma linguagem própria. A brincadeira tomou tanta força que sobrevive até hoje e envolve uma dose orgulho entre os hervalenses, os mitchelos – como chamam uns aos outros, entre amigos. Vai até virar filme, com um projeto financiado pela Fundação Catarinense de Cultura.

A conversa com Carlos foi uma das atividades da noite, as quais buscavam valorizar a cultura e a produção local. A programação compreendeu também exposições dos projetos Broto do Galho e Tranças da Terra – ambos iniciativas associativas que reúnem artesãos da região –, apresentações musicais de alunos da própria universidade, depoimento de uma aluna da Universidade da Terceira Idade, concurso de almofadas, feira de trocas solidárias, coquetel com pratos típicos da região produzidos pela Cooperativa Aguadocense de Pequenos Produtores Artesanais e uma palestra breve, sobre consumo sustentável, assunto que já vinha sendo trabalhando em sala de aula nas últimas semanas.

Conforme a professora Dra. Eliane Salete Filippim, que foi uma das primeiras idealizadoras do projeto e ministrou a palestra sobre consumo consciente, esse é um assunto que precisa estar presente no dia a dia dos estudantes, já que a postura voltada para a sustentabilidade é fundamental para o futuro do ser humano e do planeta. O objetivo da ação, segundo ela, era começar a gerar impacto fora da Universidade, no comportamento dos alunos, de suas famílias e de seus grupos de amigos.

– Enfatizamos o aspecto da cultura, pois entendemos que valorizar a nossa tradição, a nossa raiz, o consumo de produtos que são da nossa região, a economia local e regional, o associativismo, projetos sustentáveis, o artesanato, o linguajar, a comida da nossa região… isso é consumo consciente. […] Somos globais, mas também podemos pensar de forma local e regional e valorizar nossas raízes – explica a professora.

Ela observa, no entanto, que levar estes conceitos para a prática é um processo longo, que apenas começa com a educação:

– A partir do momento em que disponibilizamos conhecimento, iniciamos um processo de mudança comportamental, mas ele não está terminado, é uma vigilância constante – afirma.

Preparação envolveu os estudantes

O desenvolvimento do Encontro de Cultura e do Consumo Sustentável envolveu os alunos dos três cursos, tanto na preparação das atividades, quanto em iniciativas que surpreenderam os organizadores. 

O estudante Cleyton Alfonso Ely, da 2ª fase de Administração, compôs uma música sobre consumo consciente que foi apresentada durante o evento desta terça-feira. Já Naiara Parisotto, da 1ª fase do mesmo curso, confeccionou uma almofada especial para o concurso de almofadas, usando materiais que seriam descartados por empresas: pneu com defeito, sobras de tecido, de espuma e de madeira, etc.

– Gastei R$ 1,60, com os parafusos – conta.

A experiência agradou aos dois e também aos demais participantes do encontro:

– A forma como [o conteúdo] foi abordado pelos coordenadores e professores ficou bastante interessante – diz Cleyton, que afirma ter guardado algumas lições para tentar colocar em prática na sua vida.

– Já participamos de vários eventos que envolvem os alunos, mas este teve um gancho mais forte. É uma cultura local, você não precisava se forçar a fazer alguma coisa, você está nesse meio, vivendo isso – afirma também o estudante Arthur Abatti Schüler, da 5ª fase de Publicidade e Propaganda.

A professora Tânia Durigon, coordenadora da Área das Ciências Sociais Aplicadas, concorda com os dois estudantes e avalia todas as iniciativas de forma positiva, em especial pelo próprio envolvimento dos alunos.

– Pretendemos fazer novas edições, com um número maior de estudantes – adianta.

Receba as novidades da Unoesc

Usaremos seus dados para entrar em contato com você sobre informações correlacionadas que podem ser de seu interesse. Você pode cancelar o envio da divulgação, a qualquer momento. Para mais detalhes, leia nossa política de privacidade.