Parceria propõe mapeamento do feminicídio em SC
Os cursos de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina e da Unoesc Videira iniciaram uma parceria no campo de pesquisa, por meio da aprovação de projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), para identificar as variáveis psicossociais associadas ao feminicídio no Estado. O projeto está […]
Publicado em 17/08/2021
Por Unoesc
Os cursos de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina e da Unoesc Videira iniciaram uma parceria no campo de pesquisa, por meio da aprovação de projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), para identificar as variáveis psicossociais associadas ao feminicídio no Estado. O projeto está sendo conduzido por pesquisadores doutores, graduandos, mestrandos e doutorandos de ambas instituições de ensino.
Em conjunto com a Polícia Civil de Santa Catarina, ambas as Universidades estarão analisando os inquéritos policiais de homicídio de mulheres, instaurados em Santa Catarina, entre os anos de 2018 a 2020, afim de compreender o processo de tomada de decisão para definir um homicídio de mulher como feminicídio, bem como analisar as variáveis psicossociais associadas aos casos. O projeto será desenvolvido em todas as delegacias de Polícia Civil do Estado, onde tenham sido instaurados inquéritos policiais de feminicídio nos referidos anos.
Segundo o prof. Dr. Adriano Schlösser, coordenador do curso de Psicologia da Unoesc Videira e integrante do projeto, os dados encontrados sobre feminicídio no Brasil são alarmantes e precisam ser problematizados e revertidos.
— De acordo com o Mapa da Violência de 2015 sobre homicídio de mulheres no Brasil, entre os anos de 2010 e 2013, o Brasil ocupou a 5º posição, em um ranking de 83 países, com maior registro de homicídios femininos, com um índice de 4,8 mulheres assassinadas para cada 100 mil homicícdios, constituindo um cenário extremamente violento — afirmou.
— Vale ressaltar que, para que seja considerado um feminicídio, além da morte violenta da mulher, deve haver o componente que indique que essa morte ocorreu devido a razões de gênero, ou seja, houve menosprezo à condição de ser mulher — reiterou o Professor Adriano.
De acordo com os pesquisadores doutores Adriano Beiras e Andreia Isabel Giacomozzi, docentes do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSC e coordenadores do projeto, espera-se mapear as particularidades regionais referentes aos homicídios de mulheres. “Esperamos avançar nos estudos sobre a temática, fornecendo uma importante fonte de dados para futuras pesquisas”, relata o prof. Dr. Adriano Beiras,
— Com um panorama delineado desses homicídios, poderão ser oferecidas capacitações para policiais civis e demais profissionais, que trabalham diretamente com as investigações de assassinatos de mulheres, considerando as razões de gênero e levando em conta os objetivos do desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) — finaliza a Drª Andreia Giacomozzi.