Pesquisa analisa utilização do óleo de eucalipto para controle de fungo em plantação de uva
Uma pesquisa da Unoesc Campos Novos avalia a utilização do óleo essencial do Eucalyptus Dunni Maiden, espécie de eucalipto muito cultivada na região sul do país, para o controle dos fungos Colletotrichum Gloeosporioides e Colletotrichum Acutatum causadores de antracnose, que são aquelas manchas escuras nas folhas, galhos ou frutos e apodrecimento dos tecidos. Esses fungos, […]
Publicado em 30/11/2016
Por Unoesc
Uma pesquisa da Unoesc Campos Novos avalia a utilização do óleo essencial do Eucalyptus Dunni Maiden, espécie de eucalipto muito cultivada na região sul do país, para o controle dos fungos Colletotrichum Gloeosporioides e Colletotrichum Acutatum causadores de antracnose, que são aquelas manchas escuras nas folhas, galhos ou frutos e apodrecimento dos tecidos. Esses fungos, além de atingirem a produção de uva, afetam plantações de feijão, morango e banana.
Já ficou evidenciado que o óleo possui uma excelente capacidade de inibir o crescimento e a germinação dos fungos. Se o resultado obtido no laboratório se repetir no campo, terá se instituído um método orgânico de controle, que gera menos impacto ao meio ambiente, à saúde do trabalhador e à produção agrícola. Essa nova perspectiva também irá viabilizar maior motivação no setor produtivo, através de retorno financeiro, e estabilidade das produções da cultura de uva.
No Brasil, a cultura de uva ocupa, atualmente, uma área de 79 mil hectares, com vinhedos desde o extremo Sul do país até regiões próximas à Linha do Equador, com produção em 2015, de quase 1,5 milhões de toneladas de uvas, sendo que a Região Sul contribui com 66% dessa produção. A viticultura, cultivo da uva, é um seguimento da agricultura que está crescendo no estado de Santa Catarina, no entanto, a elevada precipitação pluviométrica e o clima mais ameno do sul do país, favorece o aparecimento de doenças fúngicas. Este fato é agravado devido as variedades de uvas cultivadas na região, serem altamente suscetíveis a uma série de doenças fúngicas, destacando-se a antracnose.
As autoras do projeto de pesquisa e professoras do curso de Agronomia da Unoesc Campos Novos, Ane Cristine Maria Carrafa e Cláudia Aparecida Guginski Piva, afirmam que a viabilização da viticultura nesta região contribuirá para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que a habitam, visto ser uma atividade de alta densidade econômica, típica de pequenas propriedades e com alta demanda de mão de obra qualificada. A expansão da produção de vinho, em SC promoverá, ainda, o turismo rural, gerando também rendas indiretas à atividade.
— Além dos acadêmicos e professores envolvidos, toda a comunidade poderá ser beneficiada, uma vez que se trata de um projeto cujo os resultados poderão ser aplicados no campo, e estão diretamente ligados a qualidade da produção de uva, uma cultura extremamente importante no Sul do país — comentou a autora Ane.
Neste momento, em que pesquisa está em fase de adequações e direcionamento para aplicação do óleo essencial no campo, o projeto conta com o apoio de duas acadêmicas, uma do curso de Engenharia Química, Isabela Carolina Côrrea, e outra do curso de Agronomia, Fernanda Thaís da Rosa. Deste mesmo curso, o acadêmico da 4ª fase, Rodrigo Almeida Pires, colaborou com a pesquisa no primeiro semestre.
— Os estudantes auxiliaram na extração do óleo, que compreende as etapas de desgalhar 800 g de folhas de eucalipto, picar e colocar dentro de uma vidraria. Coletaram, pesaram e armazenaram o óleo essencial, e, além disso, acompanharam a ação do óleo em diferentes concentrações, para comprovar a inibição dos fungos — explicou a professora Ane.
Primeiras conquistas do projeto
A pesquisa “Composição química e atividade antifúngica do óleo essencial da espécie Eucalyptus Dunni Maiden no controle do fungo antracnose em videiras”, beneficiada pelo Fundo de Apoio à Pesquisa (Fape) da Unoesc, gerou dois resumos que foram submetidos e aceitos no Congresso Brasileiro de Fitopatologia, em 2016. Ainda neste ano, um resumo foi submetido para a revista do Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe) da Unoesc.
Com o ótimo resultado “in vitro”, o propósito para o ano de 2017, será trabalhar no campo. Alguns agricultores da região já manifestaram o interesse em testar o óleo do eucalipto em suas videiras. Sendo assim, conforme as autoras do projeto, a meta é submeter artigos com os resultados “in vitro” e futuros resultados de campo, em revistas internacionais sobre o assunto.
— No ano que vem, queremos trabalhar em videiras da região e também na cultura de morango e banana — destacou a pesquisadora Ane.