Página inicial O que acontece Pesquisa analisa utilização do óleo de eucalipto para controle de fungo em plantação de uva
Graduação Pesquisa Campos Novos

Pesquisa analisa utilização do óleo de eucalipto para controle de fungo em plantação de uva

Uma pesquisa da Unoesc Campos Novos avalia a utilização do óleo essencial do Eucalyptus Dunni Maiden, espécie de eucalipto muito cultivada na região sul do país, para o controle dos fungos Colletotrichum Gloeosporioides e Colletotrichum Acutatum causadores de antracnose, que são aquelas manchas escuras nas folhas, galhos ou frutos e apodrecimento dos tecidos. Esses fungos, […]


Uma pesquisa da Unoesc Campos Novos avalia a utilização do óleo essencial do Eucalyptus Dunni Maiden, espécie de eucalipto muito cultivada na região sul do país, para o controle dos fungos Colletotrichum Gloeosporioides e Colletotrichum Acutatum causadores de antracnose, que são aquelas manchas escuras nas folhas, galhos ou frutos e apodrecimento dos tecidos. Esses fungos, além de atingirem a produção de uva, afetam plantações de feijão, morango e banana.

Já ficou evidenciado que o óleo possui uma excelente capacidade de inibir o crescimento e a germinação dos fungos. Se o resultado obtido no laboratório se repetir no campo, terá se instituído um método orgânico de controle, que gera menos impacto ao meio ambiente, à saúde do trabalhador e à produção agrícola. Essa nova perspectiva também irá viabilizar maior motivação no setor produtivo, através de retorno financeiro, e estabilidade das produções da cultura de uva.

No Brasil, a cultura de uva ocupa, atualmente, uma área de 79 mil hectares, com vinhedos desde o extremo Sul do país até regiões próximas à Linha do Equador, com produção em 2015, de quase 1,5 milhões de toneladas de uvas, sendo que a Região Sul contribui com 66% dessa produção. A viticultura, cultivo da uva, é um seguimento da agricultura que está crescendo no estado de Santa Catarina, no entanto, a elevada precipitação pluviométrica e o clima mais ameno do sul do país, favorece o aparecimento de doenças fúngicas. Este fato é agravado devido as variedades de uvas cultivadas na região, serem altamente suscetíveis a uma série de doenças fúngicas, destacando-se a antracnose.

As autoras do projeto de pesquisa e professoras do curso de Agronomia da Unoesc Campos Novos, Ane Cristine Maria Carrafa e Cláudia Aparecida Guginski Piva, afirmam que a viabilização da viticultura nesta região contribuirá para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que a habitam, visto ser uma atividade de alta densidade econômica, típica de pequenas propriedades e com alta demanda de mão de obra qualificada. A expansão da produção de vinho, em SC promoverá, ainda, o turismo rural, gerando também rendas indiretas à atividade.

— Além dos acadêmicos e professores envolvidos, toda a comunidade poderá ser beneficiada, uma vez que se trata de um projeto cujo os resultados poderão ser aplicados no campo, e estão diretamente ligados a qualidade da produção de uva, uma cultura extremamente importante no Sul do país — comentou a autora Ane.

Neste momento, em que pesquisa está em fase de adequações e direcionamento para aplicação do óleo essencial no campo, o projeto conta com o apoio de duas acadêmicas, uma do curso de Engenharia Química, Isabela Carolina Côrrea, e outra do curso de Agronomia, Fernanda Thaís da Rosa. Deste mesmo curso, o acadêmico da 4ª fase, Rodrigo Almeida Pires, colaborou com a pesquisa no primeiro semestre.

— Os estudantes auxiliaram na extração do óleo, que compreende as etapas de desgalhar 800 g de folhas de eucalipto, picar e colocar dentro de uma vidraria. Coletaram, pesaram e armazenaram o óleo essencial, e, além disso, acompanharam a ação do óleo em diferentes concentrações, para comprovar a inibição dos fungos — explicou a professora Ane.

Primeiras conquistas do projeto

A pesquisa “Composição química e atividade antifúngica do óleo essencial da espécie Eucalyptus Dunni Maiden no controle do fungo antracnose em videiras”, beneficiada pelo Fundo de Apoio à Pesquisa (Fape) da Unoesc, gerou dois resumos que foram submetidos e aceitos no Congresso Brasileiro de Fitopatologia, em 2016. Ainda neste ano, um resumo foi submetido para a revista do Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe) da Unoesc.

Com o ótimo resultado “in vitro”, o propósito para o ano de 2017, será trabalhar no campo. Alguns agricultores da região já manifestaram o interesse em testar o óleo do eucalipto em suas videiras. Sendo assim, conforme as autoras do projeto, a meta é submeter artigos com os resultados “in vitro” e futuros resultados de campo, em revistas internacionais sobre o assunto.

— No ano que vem, queremos trabalhar em videiras da região e também na cultura de morango e banana — destacou a pesquisadora Ane.

Receba as novidades da Unoesc

Usaremos seus dados para entrar em contato com você sobre informações correlacionadas que podem ser de seu interesse. Você pode cancelar o envio da divulgação, a qualquer momento. Para mais detalhes, leia nossa política de privacidade.