Pesquisa aponta método mais eficiente para higienizar frutas e verduras
Quem pensa que lavar a alface e o tomate com água abundante é suficiente para se livrar de micro-organismos está enganado. As verduras e frutas consumidas in natura também precisam passar pelo processo de desinfecção. Quando isso não acontece, alimentos saudáveis podem se tornar inimigos para a saúde de toda a família. Foi o que […]
Publicado em 18/07/2014
Por Unoesc
Quem pensa que lavar a alface e o tomate com água abundante é suficiente para se livrar de micro-organismos está enganado. As verduras e frutas consumidas in natura também precisam passar pelo processo de desinfecção. Quando isso não acontece, alimentos saudáveis podem se tornar inimigos para a saúde de toda a família. Foi o que comprovou a pesquisa realizada, no Laboratório de Microbiologia da Unoesc São Miguel do Oeste, pela acadêmica do Curso de Engenharia de Alimentos, Luniele Beilke, pela estudante do Curso de Farmácia, Marília Kochhann, e pela acadêmica de Ciências Biológicas, Raquel Reck Guzela, sob a orientação da bióloga, professora Eliandra Mirlei Rossi, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
De acordo com a professora Eliandra, a pesquisa teve o objetivo de verificar quais métodos de lavagem e desinfecção são mais eficientes na eliminação de micro-organismos. No primeiro momento, foi analisada a alface, verdura mais consumida pelos brasileiros. As alfaces foram “contaminadas” com uma cepa de salmonela, isolada de um surto registrado no Rio Grande do Sul. Logo após, a pesquisa prosseguiu com os tomates.
Durante o projeto, os pesquisadores utilizaram vários tipos de tratamento de desinfecção. Foram testadas a lavagem só com água – como a maioria dos consumidores faz – e a lavagem com água seguida do molho por 15 minutos na água tratada. Além disso, foram testadas a lavagem com água e o molho em água com concentração de 2% e de 20% de vinagre, por 15 minutos, seguido do enxágue. Outro tratamento realizado foi a lavagem com água e o molho em uma concentração de 200 ppms e 50ppms de hipoclorito de sódio (água sanitária), por 15 e 30 minutos, seguido do enxágue.
Eliandra explica que o melhor tratamento verificado para a redução de micro-organismos foi a lavagem com água potável e a desinfecção com hipoclorito de sódio 200ppms. Para fazer a desinfecção, com esta concentração, basta colocar uma colher de água sanitária (sem perfume) em um litro de água.
— Pesquisadores estão debatendo para reduzir a concentração de hipoclorito de sódio para 50 ppms. Na presença de um micro-organismo a concentração menor seria suficiente, mas este não é o caso da alface —, explica a professora.
Nem no sistema hidropônico, a alface está livre de contaminações. Isso por que a água utilizada para o cultivo da verdura pode não ser de qualidade e apresentar coliformes fecais. Segundo Eliandra, o tomate retém menos micro-organismos que a alface, pois possui uma estrutura mais lisa.
Tábua de corte
Além de ter o cuidado com a lavagem e desinfecção de frutas e verduras, a dona de casa precisa estar atenta à tábua de corte, que deve ser de vidro e não de madeira ou de polietileno. A recomendação é que seja utilizada uma tábua de corte para alimentos de origem animal e outra para o corte de vegetais. No serviço de alimentação, é recomendado o uso de tábuas de cores diferentes para facilitar a identificação pelo manipulador de alimentos.
Doenças
Quando não são tomados estes cuidados, o risco em adquirir doenças de origem gastrointestinal é bastante elevado. Eliandra cita como doenças principais a Hepatite A, Amebíase, Giardíase e diarreias. Muitas bactérias e parasitas que provocam tais doenças são removidos por meio da lavagem mecânica, ou seja, pelo simples ato de lavar a superfície das verduras com as mãos, seguido da desinfecção para a eliminação dos demais micro-organismos.
Experiência
A estudante de Farmácia, Marília Kochhann, destaca que a pesquisa foi imprescindível para a sua formação profissional.
— Vamos levar todo este conhecimento para o mercado de trabalho e para a comunidade. As pessoas precisam saber que simples ações podem fazer toda a diferença para ter uma vida mais saudável —, salienta a aluna.
Já a acadêmica Luniele Beilke diz que todo o conhecimento adquirido será essencial para a sua vida pessoal e profissional.
— Poderei aplicar este conhecimento no controle de qualidade de uma indústria, por exemplo —, cita Luniele.