Pesquisa aponta os reflexos causados pela mão de obra estrangeira em empresas do Oeste
As acadêmicas de Administração da Unoesc São Miguel do Oeste, Joseane Vicente Probst, Patrícia Bencke e Renata Paludo pesquisaram os reflexos causados pela mão de obra estrangeira em seis empresas, localizadas nos municípios de São Miguel do Oeste, Maravilha e Chapecó. A pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) analisou o perfil dos estrangeiros […]
Publicado em 04/08/2015
Por Unoesc
As acadêmicas de Administração da Unoesc São Miguel do Oeste, Joseane Vicente Probst, Patrícia Bencke e Renata Paludo pesquisaram os reflexos causados pela mão de obra estrangeira em seis empresas, localizadas nos municípios de São Miguel do Oeste, Maravilha e Chapecó. A pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) analisou o perfil dos estrangeiros contratados, os processos de recrutamento, seleção e contratação, a integração do colaborador, a relação com colegas de trabalho brasileiros e os aspectos positivos e negativos para as organizações. O estudo foi orientado pela professora Adriana Salvi.
Segundo as acadêmicas, Joseane, Patrícia e Renata, um dos principais motivos que levou as organizações a contratarem estrangeiros foi a necessidade de mão de obra. Durante a pesquisa, os empresários relataram que, além de preencher uma lacuna de mão de obra, a contratação diminuiu a ausência habitual do local de trabalho e a rotatividade nos setores de produção. Alguns gestores relataram, ainda, que a contratação alavancou a produção e a rentabilidade da empresa.
Entretanto, foi preciso superar a dificuldade de comunicação. As organizações utilizaram como critério para a contratação o porte físico e não o grau de escolaridade. Assim, poucos estrangeiros falavam e compreendiam o português ou o espanhol. Isso fez com que as empresas tivessem que oportunizar aulas do idioma e dar suporte para resolver problemas pessoais e de necessidades básicas como moradia, alimentação, além de auxiliar no envio de dinheiro para o país de origem.
As organizações pesquisadas também sensibilizaram os colaboradores brasileiros para acolher bem os novos colegas e ofereceram suporte profissional de psicólogas para amenizar problemas afetivos, de adaptação, a saudade dos familiares e o entendimento da cultura local.
Crise Econômica
Grande parte dos estrangeiros, que trabalha nestas empresas, são haitianos, com idade entre 18 e 48 anos. Eles imigraram para o Brasil em busca de oportunidades de trabalho e de renda para sustentar as famílias, uma vez que o país deles é marcado por vários problemas socioeconômicos e ambientais. O Brasil é, atualmente, um dos destinos mais atraentes para os haitianos, já que há mais de 10 anos, lidera a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah).
Porém, os empresários temem que o cenário econômico atual implique em demissões e gere um problema social.
— Os empresários relataram que, se houver uma crise econômica, os estrangeiros, provavelmente, serão os primeiros a serem demitidos e não é possível saber se o Brasil suportará acolher e apoiar essas pessoas, o que gerará um problema social — destacam as autoras do estudo, Joseane, Patrícia e Renata.