Pesquisa aponta que a instalação de um crematório é viável na região
As acadêmicas de Administração da Unoesc São Miguel do Oeste, Alynne Alambek, Alice de Freitas e Nilce Braitenbach analisaram a viabilidade de implantar um crematório na região Extremo-oeste. A pesquisa faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) das estudantes e foi orientada pelo professor Giovani José Teixeira. Durante a pesquisa, 285 pessoas, de […]
Publicado em 06/08/2015
Por Unoesc
As acadêmicas de Administração da Unoesc São Miguel do Oeste, Alynne Alambek, Alice de Freitas e Nilce Braitenbach analisaram a viabilidade de implantar um crematório na região Extremo-oeste. A pesquisa faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) das estudantes e foi orientada pelo professor Giovani José Teixeira.
Durante a pesquisa, 285 pessoas, de 34 municípios da região, responderam ao questionário. A pesquisa apontou que 50% das pessoas acreditam que é necessário a implantação de um crematório. Outros 18% avaliaram como muito necessário e 17% como extremamente necessário. Na opinião de 14% dos participantes do estudo o empreendimento é pouco necessário e apenas 1% acredita que não é necessário.
Segundo as acadêmicas, esta é a alternativa que apresenta melhor relação custo benefício, pois atende aos três pilares da sustentabilidade: econômico, ambiental e social.
— O crematório dispensa taxas e manutenção de sepulturas, acaba com o problema da falta de espaço nos cemitérios e evita impactos ambientais, como a contaminação do solo e do lenço freático pelo necrochorume [substância altamente contaminante gerada pela decomposição dos corpos] — detalham as estudantes, frisando que a cremação não gera odores e fumaça poluente, já que o forno tem recursos tecnológicos que filtram e resfriam os gases antes de liberar ao meio ambiente.
Uma das principais barreiras para a implantação de um crematório é a tradição e a cultura predominante na região. A tradição de enterrar corpos em cemitérios é uma prática muito presente na cultura local. As religiões predominantes no Extremo-oeste não se opõem à cremação, desde que não sejam extinguidos os rituais, como o velório e a cerimônia de despedida.
— A cremação ainda não é bem vista por todas as pessoas, porém as novas gerações já têm um pensamento e aceitação diferentes. Por falta de informações, muitos acreditam que o custo é elevado — destacam as alunas, ressaltando que é preciso divulgar os benefícios para romper a ideia de que esta prática é cara e incorreta.
Principais problemas detectados nos cemitérios
As estudantes também realizaram vistorias em cemitérios regionais. Alynne, Alice e Nilce relatam que há diversos cemitérios que estão em desacordo com as normas ambientais. Entre as irregularidades constatadas, estão a proximidade de cursos hídricos e de moradias; sepulturas sem manutenção, cobertas pela vegetação e com rachaduras, que contribuem para a contaminação do lençol freático. Além disso, muitas delas são alvos de depredações e vandalismo. Outro problema encontrado foi a superlotação, principalmente, no São Miguel e Almas, onde existe cerca de cinco mil sepulturas.
Segundo o professor orientador do estudo, Giovani José Teixeira, os principais prejuízos ambientais estão diretamente relacionados à poluição dos recursos hídricos.
— Infelizmente, não há um controle efetivo da localização do cemitério, se ele está ou não próximo de um curso hídrico e qual a profundidade do lençol freático na área, onde este está construído. Outro ponto importante é a proliferação de mosquitos e de outros insetos que se desenvolvem devido à falta de manutenção e zelo das sepulturas ou pelo risco de violação por vândalos — enfatiza Giovani.