Pesquisa da Unoesc aponta os riscos do excesso de peso à saúde
Mais da metade dos brasileiros têm problemas com a balança. Essas pessoas estão suscetíveis a desenvolver várias doenças, ao longo da vida, pelo excesso de peso. Foi o que demonstrou uma pesquisa realizada pelo Curso de Biomedicina da Unoesc São Miguel do Oeste, coordenada pelo professor Eduardo Ottobelli Chielle. A pesquisa teve a participação […]
Publicado em 27/08/2014
Por Unoesc
Mais da metade dos brasileiros têm problemas com a balança. Essas pessoas estão suscetíveis a desenvolver várias doenças, ao longo da vida, pelo excesso de peso. Foi o que demonstrou uma pesquisa realizada pelo Curso de Biomedicina da Unoesc São Miguel do Oeste, coordenada pelo professor Eduardo Ottobelli Chielle.
A pesquisa teve a participação de 68 pessoas obesas (IMC acima de 30 Kg/m2), 27 indivíduos com sobrepeso (IMC de 25 a 29,9 Kg/m2) e 54 com peso normal (IMC de 18 a 24,9 Kg/m2). As 149 pessoas, que participaram da pesquisa, têm entre 18 e 30 anos e não apresentavam nenhuma patologia associada. Durante o estudo, os pesquisadores compararam os grupos de obesos e com sobrepeso com indivíduos de peso normal e avaliaram anormalidades bioquímicas, inflamatórias e oxidativas.
De acordo com o professor Eduardo Chielle, mesmo com a glicose normal, os indivíduos obesos tiveram os marcadores de resistência insulínica alterados, indicando propensão ao desenvolvimento de Diabetes Mellitus, enquanto que as pessoas normais não apresentaram alterações nestes marcadores.
O estudo também apontou que os obesos têm marcadores inflamatórios aumentados, o que indica uma possível formação de aterosclerose, que ocorre quando substâncias gordurosas depositam-se no interior das artérias. Além disso, foram detectados um aumento expressivo das circunferências de quadril, abdômen e pescoço e identificado perfil lipídico, como o colesterol e triglicerídeos.
— Estas pessoas precisam reduzir o percentual de gordura corporal e associar uma alimentação correta com a prática de exercícios físicos para reduzir o risco de sérias comorbidades, que estão associadas à obesidade, como a síndrome metabólica, diabetes, hiperlipidemias, hipertensão e câncer — alerta o professor.
Gene GSTP 1
Durante o estudo, os pesquisadores observaram que o gene GSTP 1 tem uma característica diferente em pessoas acima do peso, principalmente nas obesas. Eduardo explica que estes indivíduos têm um poliformismo nesse gene, que seria um indutor à obesidade.
Cenário da obesidade no Brasil e no mundo
A obesidade é uma epidemia em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de obesos, em 2005, era de 400 milhões. Para o próximo ano, a estimativa é que o mundo tenha 700 milhões de pessoas, com mais de 20 anos, obesas. Isso representa um aumento de 75% em apenas uma década.
No Brasil, 50,8% dos brasileiros estão acima do peso e, destes, 17,5% são obesos. Os homens representam 54% da população com sobrepeso no País. O professor Eduardo Chielle frisa que a região Sul é a que apresenta os maiores índices de excesso de peso e obesidade do Brasil.
— A vida corrida, a alimentação errada, a falta de exercícios físicos, associados a parâmetros genéticos, estão elevando, consideravelmente, o peso da população em todas as idades. Com isso, surgem várias doenças, muitas delas fatais ou limitantes que diminuem a qualidade de vida — conclui o professor.