Pesquisa de egressa de Psicologia é publicada em revista internacional
A egressa do curso de Psicologia da Unoesc Pinhalzinho, Jhenyfer D’Agostini, teve o artigo da sua pesquisa, A persistência leva ao caminho do êxito: a percepção de dependentes de substâncias psicoativas em recuperação sobre o tratamento oferecido em uma clínica de reabilitação do Extremo-oeste de Santa Catarina, publicada na revista portuguesa, Psicologia.com.pt. O periódico internacional […]
Publicado em 15/06/2015
Por Unoesc
A egressa do curso de Psicologia da Unoesc Pinhalzinho, Jhenyfer D’Agostini, teve o artigo da sua pesquisa, A persistência leva ao caminho do êxito: a percepção de dependentes de substâncias psicoativas em recuperação sobre o tratamento oferecido em uma clínica de reabilitação do Extremo-oeste de Santa Catarina, publicada na revista portuguesa, Psicologia.com.pt. O periódico internacional é qualificado pelo sistema Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Um caso na família instigou a curiosidade de Jhenyfer e fez com que ela elaborasse o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre o assunto.
— Além de adquirir uma grande experiência e conhecimento acadêmico, tudo o que aprendi e conheci na clínica de reabilitação será útil para a minha vida profissional. O psicólogo pode fazer a diferença, nesses locais, e para essas pessoas — detalha a egressa, salientando que os dependentes não devem desistir e nem ter vergonha de procurar ajuda profissional.
Durante a pesquisa, foram entrevistadas quatro pessoas, três homens e uma mulher, com idades entre 16 e 32 anos. Todos os entrevistados falaram das vantagens do tratamento e, em nenhum momento, mencionaram desvantagens. Entre as vantagens citadas estavam o não uso da droga, o apoio, a conquista de novas amizades e o momento de reflexão sobre a vida.
Perfil dos entrevistados
Os entrevistados começaram a usar maconha ou cocaína na infância ou na adolescência. Os principais motivos que os levaram a entrar no mundo das drogas foram problemas familiares e influências sociais. Todos os participantes apresentaram histórico familiar de envolvimento com drogas, principalmente relacionado ao alcoolismo.
Segundo o professor orientador do estudo, Álvaro Cielo Mahl, são vários os motivos que levam as pessoas a usarem substâncias psicoativas, cada vez mais cedo. Contudo, os motivos estão atrelados às profundas transformações que ocorrem no mundo e que repercutem diretamente no modo como as pessoas se relacionam.
— Os motivos, em grande escala, estão intrinsecamente ligados à vontade de fugir da realidade difícil e sôfrega, em que o sujeito se encontra. A droga representa para o sujeito um paraíso artificial, que tem a função de descarregar tensões em busca de um equilíbrio interno, capaz de levá-lo a viver uma vida que ele não tem, mas que deseja ter a qualquer preço, ainda que o preço seja a desilusão da realidade, ao final do efeito da substância — explica o professor.
Saúde Pública
O consumo destas substâncias cresceu assustadoramente, a partir da segunda metade do século 20, configurando-se como uma questão de saúde pública. Álvaro ressalta que o consumo destas drogas é considerado um problema de ordem social, não somente devido à alta frequência, mas principalmente por causa das consequências prejudiciais para a saúde dos indivíduos e para a sociedade.
O professor destaca a necessidade de criar uma Rede Integrada de Tratamento para oferecer assistência médica e psicossocial adequada aos dependentes químicos, por meio de parcerias entre governos municipais, estaduais e federal. Esta Rede contribuiria para evitar reinternações.
A família também tem papel fundamental na prevenção e recuperação.
— A família deve conversar de forma aberta sobre o assunto com os filhos. É imprescindível desmistificar a droga, pois com a informação os jovens podem aprender a evitar os riscos e buscar outras fontes de diversão. Na recuperação, o papel é de suporte e apoio constante — finaliza o professor Álvaro Cielo Mahl.