Pesquisa desenvolve alimento funcional para quem possui intolerância à lactose
Pessoas intolerantes à lactose, patologia que atinge significativa parcela da população do planeta, poderão, num futuro próximo, contar com mais um aliado para o seu controle. Pesquisa neste sentido está sendo desenvolvida pelo professor doutor Cesar Milton Barato da Unoesc Videira, com a colaboração de acadêmicos de graduação e mestrado na área da Biotecnologia e os […]
Publicado em 02/06/2017
Por Unoesc
Pessoas intolerantes à lactose, patologia que atinge significativa parcela da população do planeta, poderão, num futuro próximo, contar com mais um aliado para o seu controle. Pesquisa neste sentido está sendo desenvolvida pelo professor doutor Cesar Milton Barato da Unoesc Videira, com a colaboração de acadêmicos de graduação e mestrado na área da Biotecnologia e os recursos financeiros já estão aprovados pelo fundo de apoio à Pesquisa (Fape) da Unoesc.
Os pesquisadores isolaram microrganismos do gênero Lactobacillus sp, selecionaram bactérias láctica produtoras de b-galactosidase com potencial probiótico e que consumidos em quantidade ideal, ajudarão na degradação da lactose melhorando a função intestinal e possibilitando que pessoas que possuam algum tipo de intolerância possam consumir produtos à base de leite, sem os indesejados efeitos colaterais.
Esses microrganismos possuem potencial na produção de b-galactosidase. Já as bactérias gram positivas possuem características singulares vantajosas, como a reconstituição da microbiota intestinal residente, no papel de defensoras, produzindo substâncias antimicrobianas e ácidos orgânicos que acidificam o pH do sítio de colonização, inibindo assim, a replicação de outras bactérias patogênicas.
Os Lactobacillus, pertencentes ao grupo de bactérias ácido-láticas, são microrganismos relacionados à produção de alimentos de alta e média acidez, os quais podem participar como coadjuvantes da fabricação de leites, fermentados, iogurtes, queijos, salames, presuntos, chucrute, pepinos e outros vegetais fermentados, impedindo a multiplicação de microrganismos patogênicos ou deteriorantes, pela produção de ácidos orgânicos, principalmente o ácido lático.
O professor Cesar Barato explica que, com o passar dos anos, o processo alimentar sofreu diversas mudanças com o comportamento do homem. A domesticação de animais e a produção de alimentos em casa, além de diversos outros fatores, deram início ao sedentarismo, o que propiciou o desenvolvimento de riscos alimentares como as intolerâncias e alergias aos alimentos.
Ele afirma que algumas deficiências fisiológicas, sejam por deleção genética ou mecanismos desconhecidos, fez com que o processo de produção enzimática para degradação de substratos alimentares se tornasse deficitária. A intolerância a lactose é exemplo disso.
— Esta patologia ocorre devido à deficiência da enzima b-galactosidase. a qual é responsável pela quebra da lactose em glicose e galactose para posterior absorção e melhor digestibilidade do leite e dos produtos lácteos fermentados, proporcionando efeitos benéficos sobre a assimilação de alimentos que contêm lactose — reitera.
Cesar explica que existem no mercado muitos produtos que oferecem o mesmo potencial, mas nem sempre atingem os mesmos benefícios que o projeto propõe, além do custo ser maior, o que em um tratamento longo, acaba sendo oneroso para o portador de intolerância. Por isso, a preocupação da universidade com o desenvolvimento de produtos que têm o potencial de trazer benefícios à população.
— A partir desse projeto já estamos formulando outros com esses grupos de microrganimos para desenvolver formulações ou alimentos probióticos que tragam benefícios para a população — informa.
O projeto está em vias de finalização e vários experimentos já foram feitos através de trabalho de iniciação científica e dissertação de mestrado.
Dentre as análises, várias apresentaram capacidade em fornecer esse efeito benéfico para quem possui intolerância, além de apresentar potencial antioxidante que combate radicais livres, o que significa em mais efeitos benéficos à saúde.