Pesquisa sobre glifosato aponta toxidade do produto e os riscos para o ser humano
O glifosato, herbicida muito utilizado nas regiões sul e sudeste do Brasil, especialmente na fruticultura, foi tema de estudo recente, desenvolvido pela professora e pós-doutoranda da Unoesc Videira, Claudriana Locatelli. O trabalho procurou identificar e comprovar a influência da exposição ao agrotóxico no desenvolvimento de mutações associadas ao surgimento de câncer. A falta de estudos sobre […]
Publicado em 11/05/2017
Por Unoesc
O glifosato, herbicida muito utilizado nas regiões sul e sudeste do Brasil, especialmente na fruticultura, foi tema de estudo recente, desenvolvido pela professora e pós-doutoranda da Unoesc Videira, Claudriana Locatelli. O trabalho procurou identificar e comprovar a influência da exposição ao agrotóxico no desenvolvimento de mutações associadas ao surgimento de câncer.
A falta de estudos sobre a toxidade do produto para os seres humanos motivou a professora a realizar longo trabalho de pesquisa, devido ao elevado grau de consumo do glifosato, estimado em 12kg por trabalhador ao ano, podendo atingir valores bem superiores a esse em algumas áreas produtivas.
Apesar da alta toxicidade e do grande número de trabalhadores rurais afetados por intoxicações com agrotóxicos, ela explica que poucas pesquisas são realizadas nesta área e as que existem são financiadas por empresas que produzem o agrotóxico.
Por outro lado, observa-se um elevado número de internações hospitalares por câncer testicular em homens entre 15 e 49 anos, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, proveniente dos municípios agrícolas, e nas mulheres agricultoras ocorreu uma grande incidência de câncer de mama e ovário, sendo os mesmos relacionados com a alta utilização de agrotóxicos.
Com base nesses dados, procuramos investigar a fundo o glifosato, e a conclusão que chegamos foi contrária ao que existe publicado acerca do herbicida:
— Ratos e camundongos apresentaram mudanças genéticas que podem levar ao câncer hepático, câncer de pulmão, rim e na medula óssea desses animais. Foram encontradas substâncias que induzem alteração celular, capazes de desenvolver o câncer em longo prazo — disse.
O trabalho aprovado pelo Fundo de Apoio à Pesquisa (Fape) da Unoesc, contou ainda, com recursos financeiros provenientes do edital universal do CNPq. O projeto rendeu ainda, um trabalho de iniciação cientifica de conclusão de curso e um trabalho de mestrado.
A partir dos resultados, Claudriana acredita ser possível investigar-se o tratamento farmacológico em casos de intoxicação e auxiliar na conscientização sobre os riscos do uso indiscriminado do agrotóxico em questão, visto este ser o herbicida mais utilizado na lavoura atualmente.
— Com os resultados obtidos com esta pesquisa, espera-se publicar artigos científicos em renomadas revistas de abrangência internacional, além de participar de congressos de abrangência internacional. O desenvolvimento deste trabalho possibilitará aos acadêmicos envolvidos a aquisição de conhecimentos não obtidos em sala de aula, além da possibilidade de instigar o espírito científico e facilitar a via de entrada do acadêmico em programas de pós-graduação (mestrado e doutorado) — finaliza.