Projeto de Iniciação Científica busca controlar ataques de animais peçonhentos
De repente, a pessoa sente uma espécie de coceira na perna. Instintivamente e sem olhar, leva a mão ao local e a desliza levemente. Ao olhar para a mão, percebe que esmagou algum inseto, mas nem se preocupa com o que tenha sido. No dia seguinte, surge, na mesma perna, uma vermelhidão diferente, seguida por […]
Publicado em 13/03/2015
Por Unoesc
De repente, a pessoa sente uma espécie de coceira na perna. Instintivamente e sem olhar, leva a mão ao local e a desliza levemente. Ao olhar para a mão, percebe que esmagou algum inseto, mas nem se preocupa com o que tenha sido. No dia seguinte, surge, na mesma perna, uma vermelhidão diferente, seguida por um forte mal-estar. Provavelmente, ela foi mais uma vítima da perigosa aranha-marrom.
Para evitar situações aparentemente banais como essa, mas muito perigosas, a acadêmica-bolsista Kariane Silva Lemes, da 5ª fase do curso de Ciências Biológicas, da Unoesc Xanxerê, está desenvolvendo o projeto de Iniciação Científica “Controle de fauna sinantrópica e de vetores invertebrados transmissores de zoonoses”, financiado pelo Programa de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes), do Governo do Estado de Santa Catarina.
O projeto, orientado pela bióloga e professora Gerusa Panigalli, envolve, além de palestras nos bairros de Xanxerê, a busca ativa de animais que causem problemas à saúde (Aedes aegypti, escorpiões, aranha-marrom, entre outros).
A professora Gerusa justifica que o projeto surgiu a partir de uma preocupação com a saúde pública.
— Ocorrem muitos acidentes com animais peçonhentos, envolvendo principalmente aranhas, em nível estadual, que são relatados nos hospitais. As vítimas deixam suas atividades habituais, por causa desses acidentes, o que repercute em sua saúde e qualidade de vida. Motivadas por isso, pensamos em alertar sobre alguns animais que podem estar no cotidiano das pessoas e trazer algum problema de saúde pública. A aranha-marrom, por exemplo, tem um veneno muito potente — destaca.
Os primeiros sintomas de que a pessoa foi atacada por um desses animais são sudorese, febre alta, arrepios, dores musculares, náuseas e inflamação. Caso não tratada a tempo, pode ocasionar morte de tecidos cutâneos e sanguíneos, amputação de membros, problemas renais e, nos casos mais graves, até a morte.
O projeto tem a duração de dois anos, tendo iniciando em 2014 e com finalização prevista para 2016. A ideia das pesquisadoras, ao final, é publicar um artigo científico sobre as atividades desenvolvidas no decorrer do projeto.
Palestras
As palestras, totalmente gratuitas, iniciam neste mês. A primeira ocorre no bairro Veneza, no dia 18, a partir das 14:30. A segunda acontece no bairro Bortolon, no dia 23, às 19:30. Depois, será a vez dos bairros Vista Alegre e Suffiati (essa palestra acontecerá no Colégio Iracy Tonello), no dia seis de abril, às 19:15, e do bairro Tacca, no dia 11 de abril.
Durante cerca de uma hora, a acadêmica-bolsista repassará orientações de cuidados e prevenção em relação aos animais peçonhentos. Após cada palestra, quem desejar poderá agendar uma busca ativa em sua residência.
Associações de bairros de Xanxerê interessadas nas palestras devem entrar em contato pelo telefone (49) 3441-7076, para agendar a atividade.
Busca ativa
A professora Gerusa explica que a busca ativa envolve a ida ao domicílio dos interessados para pesquisar a presença e capturar os animais. Assim, para realizar a busca ativa, a acadêmica, portando equipamentos de proteção individual (luva, pinça, sapato fechado e vestimenta adequada), faz uma varredura de ambientes que são hábitat desses animais, tanto dentro quanto fora das casas, e, na sequência, os recolhe. Ainda, orienta o morador de como deve fazer para evitar novas ocorrências.
Já no laboratório de Zoologia da Unoesc, os animais (todos inativados) são classificados em uma coleção de biodiversidade. Por causa disso, a busca ativa, sem cuidados, envolve riscos.
— Por exemplo, se a pessoa for virar um tijolo em busca de escorpiões, sem proteção, estará correndo sérios riscos — alertam as pesquisadoras.
Laboratório de Zoologia
O laboratório de Zoologia da Unoesc Xanxerê possui uma coleção entomológica com mais de mil diferentes insetos, entre aranhas, baratas, besouros, borboletas e outros, além de mostras de peles de animais e esqueletos.
Nele, são feitas pesquisas científicas de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) e de projetos de Extensão. Interessados em conhecer o laboratório devem agendar uma visita pelo telefone (49) 3441-7076.