Resíduos industriais são transformados em tijolos ecológicos
Um projeto de iniciação científica em desenvolvimento na Unoesc Videira, pelo acadêmico da nona fase do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, Robbin Alex Reyes Zanotti, utiliza resíduos industriais para fabricação de tijolos ecológicos. Dentre os materiais utilizados, estão o pó de porcelanato, mármore e granito, extraídos do lixamento, polimento e corte, além da cinza pesada […]
Publicado em 11/08/2014
Por Unoesc
Um projeto de iniciação científica em desenvolvimento na Unoesc Videira, pelo acadêmico da nona fase do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, Robbin Alex Reyes Zanotti, utiliza resíduos industriais para fabricação de tijolos ecológicos. Dentre os materiais utilizados, estão o pó de porcelanato, mármore e granito, extraídos do lixamento, polimento e corte, além da cinza pesada resultante da queima de madeiras nas caldeiras industriais.
Todos esses materiais, explica o professor doutor Jean Carlo Salomé dos Santos Menezes, são depositados em aterros de resíduos industriais, pelos quais as empresas pagam altos valores para a sua retirada e destinação adequada. Somente uma empresa de Caçador, produz mensalmente uma média de 7 toneladas de resíduos de mármores e granitos que poderiam ser reaproveitados. O mesmo acontece com o pó de porcelanato produzido em larga escala por empresas da região de Criciúma, no sul do Estado.
Composição do Tijolo
A massa que dará origem ao tijolo ecológico leva em sua composição argila e água, materiais básicos, aos quais são adicionados o pó de porcelanato, cinza ou pó de mármore ou granito, que formarão o solo cimento. Esses três componentes possuem silica como material básico e substituem a areia na fabricação do tijolo. Após esse processo, a composição é colocada em uma prensa hidráulica onde ganhará formato e consistência até a sua secagem, estando pronto para ser utilizada.
— É uma forma de aproveitar e agregar valor ao produto que seria desperdiçado. Além de reduzir a quantidade de materiais despejados na natureza, aumentam as áreas que podem ser aproveitadas para o cultivo de alimentos, ou outras atividades agropecuárias, visto que diminuirão os espaços para construção de aterros — esclarece o professor.
Vantagens do tijolo ecológico sobre o tradicional
O acadêmico da Unoesc Videira Robbin Alex Reyes Zanotti ressalta que o tijolo ecológico já passou por todos os testes no laboratório de tratamento de água, efluentes e resíduos industriais, onde está sendo fabricado, e está pronto para ser patenteado por alguma empresa que tenha interesse em explorar esse processo.
— Esse tijolo difere do tradicional, pois dispensa a queima, não requerendo o uso de lenha, gás, carvão ou eletricidade. Sendo a sustentabilidade do processo, a sua principal vantagem — aponta Zanotti.
Outro fator importante do produto é o seu design, do tipo modular, que reduz em muito o valor da mão de obra e o tempo gasto na hora da construção. Eles são colocados sobrepostos e encaixados, reduzindo também a argamassa utilizada para montagem de uma parede por exemplo.
Novas fontes de matéria-prima para a construção civil
Zanotti explica que no atual cenário, onde os recursos naturais estão cada vez mais escassos, a procura por novas fontes de matéria-prima e processos que causem um menor impacto no meio ambiente, são alternativas de sustentabilidade.
— Essa preocupação chegou também ao setor da construção civil. A reciclagem de resíduos, o desenvolvimento sustentável e a eliminação do desperdício no canteiro de obras por meio da racionalização de materiais e mão de obra são desafios a serem superados — afirma o acadêmico.
O solo utilizado na composição do solo-cimento foi coletado em Videira e trata-se do tipo Argissolos (Terras Bruna e Bruna Roxa Estruturadas), utilizado para a fabricação dos tijolos ecológicos, quando adicionada a sílica para aumentar a sua porosidade.
O acadêmico tambem contou com a orientação do professor Rodrigo Mendes.