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Graduação Pesquisa Videira

TCC propõe criação de cooperativa para costureiros

A solução dos problemas regionais surge, muitas vezes, de pequenas ideias que podem mudar a vida ou a condição social de uma comunidade. Foi com esse pensamento que o acadêmico da 10ª fase do curso de Administração da Unoesc Videira, Rafael Saretta, escolheu como tema para o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), a criação de […]


A solução dos problemas regionais surge, muitas vezes, de pequenas ideias que podem mudar a vida ou a condição social de uma comunidade. Foi com esse pensamento que o acadêmico da 10ª fase do curso de Administração da Unoesc Videira, Rafael Saretta, escolheu como tema para o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), a criação de uma cooperativa para organizar a atividade dos profissionais costureiros da cidade. 

Dados do sindicato do vestuário de Chapecó apontam que no município de Videira existem aproximadamente 55 pessoas que atuam individualmente nesta atividade, sem nenhuma espécie de associação ou organização, laborando de forma autônoma.

Rafael conta que a ideia de implantar essa cooperativa, foi inspirada na própria mãe, que há cerca de oito anos trabalha nesta atividade e que são muitas as dificuldades quando se atua de forma isolada.

— Eu chegava em casa sempre após às 22h e lá estava ela costurando. Passava praticamente o dia todo, inclusive a noite trabalhando, não havia horário definido para encerrar o expediente. Com isso, pensei neste estudo de viabilidade que poderia organizar essa atividade — explica Rafael.

Benefícios  para os cooperados

Dona Julieta Rosenq Saretta atua há cerca de oito anos nesta atividade e vê na cooperativa, um instrumento que facilitaria o trabalho, permitindo produção em linha, com maior produtividade, com menor esforço e maior retorno financeiro. Além disso, ela vê a possibilidade de especializar as costureiras em uma determinada costura e, assim, a produção de cada uma renderá mais, sem necessidade de trocar as linhas das máquinas a cada instante, como é o caso da costureira individual.

— Vamos produzir em maior escala e, com isso, obter melhores rendimento e poder de negociação de preços, maior oferta, além da agilidade na entrega da produção contratada. Com isso, as empresas compradoras desses serviços também ganham mais por honrar em dia com os compromissos junto aos clientes — apontou ela.

Vantagens de uma associação

Durante o estudo, foi demonstrado que as cooperativas possuem uma tributação diferenciada e que as mesmas não são responsáveis pelo recolhimento dos direitos trabalhistas como INSS e FGTS; porém a remuneração do associado deve ser incrementada, a fim de compensá-lo. A pesquisa de mercado demonstrou que em Videira existem 55 trabalhadores na indústria têxtil e estes foram entrevistados, a fim de conhecer a realidade dos trabalhadores quanto à renda, trabalho e perfil cooperativista.

Essa pesquisa demonstrou que, dentre os 55 trabalhadores, existem 22 trabalhadores interessados em ingressar em um sistema de trabalho cooperativo, número esse que é suficiente para que a cooperativa possa ser formada. Durante a análise econômico-financeira, foi possível determinar que o estudo proposto é financeiro e economicamente viável.

O projeto, segundo o acadêmico já foi apresentado para todos os costureiros de forma individual, os quais sinalizaram positivamente. O próximo passo será reunir todos coletivamente com o objetivo de conhecer o verdadeiro interesse do grupo para depois dar inicio ao processo de implantação, busca dos recursos financeiros, estatuto e demais etapas  necessárias para efetivar o processo.

Recursos necessários para implantação

No estudo de viabilidade foi comprovado que para funcionar, a cooperativa necessita de investimentos financeiros iniciais, valores já levantados, sendo que essa quantia será financiada pelos próprios associados, que receberão por isso, a título de juros sobre o capital investido, um valor anual também já calculado.

— A maior fatia de recursos ficaria mesmo com o processo de implantação, depois para manter-se, haveria apenas o aluguel da sala, luz, água e telefone. Até mesmo o maquinário, viria dos próprios cooperados que iriam utilizar as mesmas máquinas que possuem para realização do trabalho em casa — garantiu Rafael.

Decisões serão tomadas pela Assembleia

Outro dado interessante é que a cooperativa não visa a lucros. Todo o dinheiro arrecadado seria distribuído entre os cooperados, que em assembleia vão definir como será  a distribuição dos lucros e renda mensal. Além disso, todas as decisões são de competência da Assembleia Geral.  

Futuramente, a cooperativa oferecerá treinamento para seus associados e estudará a possibilidade de absorver outras partes do processo.

O projeto foi orientado pela professora Taisa Trombetta DeMarco.

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